São Paulo, 23/09/2020 - O Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores rurais (IIPR) em agosto registrou inflação de 12,61% em relação ao mês anterior. A valorização dos preços é resultado da combinação da menor oferta com maior demanda interna e externa por alimentos, segundo boletim mensal da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul).
O IIPR acumulado em 12 meses está se valorizando de forma mais acelerada que o IPCA Alimentos. Isso porque a taxa de câmbio em níveis historicamente elevados contribui para a valorização dos preços agrícolas, enquanto a baixa da atividade econômica, reflexo das medidas contra o novo coronavírus, prejudica muitos produtos que compõem a cesta do IPCA Alimentos. "Os produtores devem ficar atentos aos custos, porque a tendência é de valorização do preço do petróleo com a aproximação do fim do ano e da permanência da taxa de câmbio em nível elevado, o que pode manter os custos nesta trajetória de aceleração", destaca a federação no boletim.
Já o Índice de Inflação dos Custos de Produção da agropecuária (IICP) de agosto apresentou inflação de 1,61% em relação ao mês imediatamente anterior, informa a Farsul. Isso porque a taxa de câmbio manteve trajetória de alta, o que encarece os insumos importados. A alta do preço do petróleo também contribuiu para o aumento dos custos neste mês.
Os custos sobem de forma mais acelerada que o IPCA. No acumulado do ano (janeiro a Agosto), o IICP acumulou alta de 5,79% enquanto o IPCA 0,70%. "Isso porque a valorização da taxa de câmbio média no período aumentou o custo dos insumos importados, apesar da queda do preço do petróleo no primeiro trimestre", conclui a Farsul.