Por Augusto Decker
São Paulo, 18/07/2019 - Os preços do leite ao produtor devem ser pressionados no mês de julho (referente à captação de junho) por causa da dificuldade de laticínios em repassar ao consumidor final a alta da matéria-prima nos últimos seis meses. A análise é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP) em seu Boletim do Leite. "Pesquisas do Cepea ainda em andamento indicam que a redução pode variar de 5% a 12% em relação a junho", diz o boletim, ressaltando que a queda deve vir mais cedo do que de costume.
Entretanto, o Centro afirma que há dificuldade para prever os preços no segundo semestre deste ano porque as indústrias, embora tenham "vendas fragilizadas de derivados", também disputam com concorrentes "para assegurar matéria-prima, diminuir ociosidade não planejada (que se traduz em custos) e manter seus shares de mercado".
Já os preços dos derivados lácteos em São Paulo caíram em junho em decorrência da demanda fraca. O leite UHT caiu 5,13% em relação a maio, para R$ 2,46/litro, e recuou 23,84% na comparação anual. Já o queijo muçarela recuou 0,14% no mês e 13,03% no ano, para R$ 17,62/quilo.
A comercialização internacional de lácteos - volume total exportado e importado - fechou em alta no primeiro semestre, em 12,3 toneladas, avanço de 20,8% ante igual período de 2018. "Esse resultado reflete o aumento da comercialização de creme de leite e de leite condensado, de 20,5% e 18,1%, respectivamente, na mesma comparação", diz o Cepea.
Também no semestre, o custo de produção da pecuária leiteira aumentou 0,61% na "média Brasil", composta pelos Estados de BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP, impulsionado principalmente pelo reajuste do salário mínimo.
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